terça-feira, 19 de maio de 2009

Movimento do Descontentamento

MANIFESTO

O descontentamento que atinge grande parte da população, que não vislumbra alternativas credíveis a esta insustentável situação, poderá levar a níveis de abstenção elevadíssimos.

Com efeito, pese o crescimento do PCP e do BE, e a descida do PS, a verdade é que também o PSD tem crescido nas sondagens. Acresce que embora todos neguem a intenção de regressar ao famigerado bloco central, o adormecimento, o cansaço e a desilusão do eleitorado criam condições propícias a que tal aconteça, perante o apregoado fantasma da instabilidade.

Aí está um mito que a realidade social desmente. Querem maior instabilidade do que a provocada pelo desemprego crescente, a falência das pequenas e médias empresas, a deslocalização de multinacionais que condenam à miséria centenas de milhares de trabalhadores? Querem maior instabilidade do que a provocada pela agitação social que já se faz sentir e pode ser o prenúncio de tumultos incontroláveis que poderão alastrar a todo o país, tal como vozes avisadas e insuspeitas de lançarem gasolina para a fogueira têm prevenido?

A linha editorial de O Cacimbo tem, desde o início, denunciado as políticas anti-sociais deste governo, que já tinha destruído a classe média e criado dois milhões de novos pobres, muito antes da crise mundial a qual, agora utiliza para justificar a situação de descalabro económico e crise social nacional de que é o primeiro responsável. Deste modo, sabemos que:

- o desmantelamento progressivo e persistente do Serviço Nacional de Saúde;

- o clima irrespirável que se vive nos ensinos básico, secundário e superior onde as universidades tendem a ser um espaço ao serviço das elites e dos interesses negociais dos bancos e das empresas, impedindo o acesso à formação superior de uma vasta camada da população portuguesa;

- a falta de isenção de alguns órgãos de soberania e a ineficácia da Justiça, os escândalos permanentes com figuras de alto gabarito, a começar pelas suspeitas acerca do envolvimento do primeiro-ministro, de autarcas que embora arguidos em diversos crimes de colarinho branco continuam a presidir às Câmaras Municipais;

- as reformas e indemnizações milionárias que continuam a auferir gestores de empresas públicas e privadas – incluindo os que arruinaram a Banca e saíram com os bolsos cheios e completamente impunes;

geram inevitavelmente um clima de desespero na população e profundo descrédito na classe política em que a maioria absoluta do PS transformou o parlamento num órgão de soberania inútil que legisla mal e não fiscaliza o governo.

É por isso que este blogue abre as portas a todos os que, como nós, sentem que a sociedade civil tem de dar um forte safanão que altere radicalmente este situacionismo, servindo de porta-voz que congregue um amplo movimento de descontentamento.

Todos não seremos demais para criar e ampliar tal movimento.

1 comentário:

  1. Subscrevo o Manifesto e já assinei a Petição. Todos não seremos demais.

    Graça Brites

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